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Mostrando postagens de abril, 2020

Covardes, abusadores e Barões: uma leitura de Leila

Uma criança de dez anos de idade com a altura de uma criança de quatro anos, um adulto com sua autoestima negativamente afetada e com dificuldade para relações interpessoais e para demonstrar seus sentimentos. Esses e uma infinidade de outros traumas podem ser listados como resultantes do abuso sexual. Quantos adultos que conhecemos tiveram suas infâncias violadas por familiares ou amigos próximos e “confiáveis”? Estamos no século XXI e ainda é comum sabermos sobre relatos e denúncias de abuso sexual infantil. Mesmo em tempos modernos, crianças continuam sendo violentadas. Diante disso, surgem questionamentos sobre como alertar os pequenos, protegê-los e também educá-los a não violar. Algumas publicações editoriais, como Não me toca, seu boboca ( Andrea Viviana Taubman; Editora Aletria; 2017 ) e Você é dono do seu corpo (Cornelia Maude Spelman), são populares quando buscamos algum auxílio literário para esses questionamentos, com direcionamento para crianças na fase da prime

Lute como uma princesa

Conhece aquela expressão “Meu sonho de princesa”? Pois bem! Depois de ler o incrível, poderoso, lindo e libertador Lute como uma princesa, quero usar essa expressão o tempo todo! Porque agora sim, meus sonhos são parecidos com a vida das princesas dos contos de fadas! Vita Murrow e Julia Bereciartu , respectivamente autora e ilustradora dessa publicação maravilhosa que, no Brasil foi lançada pela Boitatá, teve o inesperado poder de me fazer querer ser uma princesa! A autora e a ilustradora fazem releituras de muitos contos de fadas que foram adaptados pela Disney (é importante ressaltar que esses contos de fadas não foram criados pelo Todo Poderoso Walt Disney) e que moldam inúmeras sociedades para que elas se adequem a padrões comportamentais. Esse livro apresenta ao leitor várias das histórias infantis mais famosas no mundo, mas que, desta vez, estão compostas por personagens orientais, negros, pobres, homossexuais, cegos, ruivos, loiros, brancos... É tanta diversidade e

A distância até a cerejeira

Ótimo Turcaret é o nome do gatinho e amigo de Mafalda, a personagem principal e narradora do emocionante livro A distância até a cerejeira . Quando vi esse livro pela primeira vez, fiquei bem apaixonada por ele logo de cara, por conta do título e da singeleza das capas. Demorei meses até saber do que se tratava, porque não gosto de ler sinopse antes de ler o livro... fico com medo de que isso facilite minha vida durante a leitura. Nesse caso, novamente, fiz muito bem! Obrigada! Com seu primeiro romance, Paola Peretti me envolveu completamente na história de Mafalda. Antes mesmo que eu começasse a ler o segundo capítulo, a autora, italiana, conseguiu fazer com que eu me entregasse ao universo de Mafalda, tão restrito e sensível. Os capítulos são compostos por textos leves e acolhedores, e é surpreendentemente bom como as linhas de raciocínio de Mafalda, em todos os âmbitos, são expostas e descritas sem pedantismo e/ou monotonia. Mafalda é uma criança de 9 anos, estudant

Minha vida na França

Não me lembro em que dia da quarentena comecei a ler  Minha vida na França , mas lembro de pegá-lo, porque o livro que li antes dele era denso e foi como se eu tivesse levado uma pancada na cabeça; então quis ler um livro leve, gostoso e apaziguador. Escolhi o livro da Julia Child, porque já tinha lido o  Julie e Julia   ( Julie Powell; Record; 2019 ) e também assistido ao filme, de mesmo nome. Mas gente, não sei o que é melhor: uma pancada na cabeça ou uma pancada no coração. A (auto) biografia dessa mulher incrível, que revolucionou a culinária norte-americana é, no mínimo, acolhedora. E neste post, vou me ater a comentários pessoais sobre essa experiência de leitura porque, sinceramente, não tenho vontade de mencionar edição, estrutura textual ou qualquer outro item relacionado à tecnicidade editorial. Minha pretensão, é compartilhar com quem acompanha esse blog literário, o que meu coração sentiu com a força de uma mulher maravilhosa, que aprendeu como se reinventar e com