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A centopeia e seus livrinhos

Escrevi esse texto - A centopeia e seus livrinhos - no meu primeiro semestre na faculdade (2017), pra um trabalho de uma disciplina com a Profª Drª Daniervelin Pereira. Esse trabalho teve como ponto de partida o texto "A importância do ato de ler" ( A importância do ato de ler,  Cortez, 2017, 51ª edição). No mesmo semestre, depois de entregarmos o trabalho - e ele ser avaliado -, Daniervelin propôs para a turma produzirmos um ebook  reunindo todos os memoriais de leitura que escrevo (obviamente ela respeitou quem não quis publicar o texto que escreveu). No final daquele semestre, o Memorial de Leituras  nasceu no formato ebook e, junto com ele, o primeiro livro que levou meu nome em uma página de créditos. Em 2020, o LABED (Laboratório de Edição - UFMG) publicou no formato de caderno, uma edição impressa, que está disponível para retirada gratuita, no laboratório, mesmo. Meu texto é autobiográfico - de acordo com o que minha memória me permitiu - e o título é baseado no liv
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O que você faz em casa, você pode fazer no jardim?

O sol é para todos/Graphic Novel/Harper Lee/Fred Fordham/José Olympio Essa cena da Scout com a srta. Maudie me lembra duas coisas: uma música do HG/Engenheiros  (do Hawaii); algumas pessoas que conheço. Pode sentar. Lá vem textão. Sobre assédio moral no trabalho.   Se eu pudesse aposentar por quantidade de vezes que sofri assédio moral no trabalho, eu já teria aposentado há muito tempo... Pode calcular. Comecei trabalhar aos 13. Hoje tenho 39.   Ocorre que estou num rolê comigo mesma, de tentar deixar esse tipo de gente pra trás. Mas é difícil... bem difícil... sabe por quê? Porque meus assediadores (homens e mulheres, que fique claro) não podem fazer no jardim o que fazem dentro de casa e, creio eu, esse é um dos motivos de descredibilização da vítima (odeio essa palavra). Hoje há uma luta dentro de mim pra esquecer o que rolou e provar que não sou doida/mentirosa... provar que tenho caráter e tenho motivos de me sentir tão fragilizada. Porque assim... eu não quero que as pessoas em c

Três é demais (Será?!)

Conheci o João Marcos , autor do novo livro da Abacatte Editorial, Três é demais , no FIQ de 2018 (Festival Internacional de Quadrinhos). Ele estava autografando seus livros com o Mendê e a Tê e também desenhando outros personagens muito maravilhosos no flip chart . Fiquei encantada por saber que aqueles traços tão fortes saíram das mãos de alguém tão gentil como o João!   Com o prefácio lindamente escrito pelos irmãos Lu Cafaggi e Vitor Cafaggi , o talentoso quadrinista João Marcos lança o muito divertido Três é demais - que com certeza fará muito sucesso nas bibliotecas particulares e, também, abalará as estruturas das bibliotecas escolares: história em quadrinhos, caixa alta, poucas páginas, formato gráfico excelente e miolo impresso em papel resistente.   *   Usando e abusando da criatividade dos personagens Mendelévio e Telúria, para abordar temas do cotidiano infantil, causando grande confusão na vida dos dois irmãos, o quadrinista me divertiu com seu texto e sua i

A praia dos inúteis (Que inutilidade útil!)

Mais um texto sobre um livro da Editora Biruta que, com certeza, precisa habitar, também, as prateleiras das bibliotecas escolares. No livro que esse texto aborda, há uma luta, quase subliminar, a favor das ciências das artes e do respeito ao Outro. Há nele também, uma abordagem direta sobre permitir que o   Outro seja quem ele é... não menos importante, o autor, Alex Nogués , traz em seu texto questionamentos sobre a diferença entre custo e valor. Por sua vez, a ilustradora Bea Enríquez , presenteia o leitor com seu belíssimo trabalho (Originalmente em aquarela? Acho que é!) que, como diria minha avó, “faz pareio” com a belíssima narrativa, principalmente ao traduzir a personalidade de Sofia! Adulto, querido, leia o brilhante A praia dos inúteis , e o faça antes de destiná-lo à sua criança! Você merece isso!   *   A Sofia, caro leitor, é uma personagem adorável, que te faz querer parar e pensar sobre a vida da maneira mais leve possível! Ela tem onze anos e meio e, em uma de

Uma curva no tempo (Sobre essa, nenhum GPS conseguiu alertar!)

Com o passar dos anos, desenvolvi certa resistência para ler romances. De qualquer tipo! Sempre os achava extremamente previsíveis e parecidos.   *   Pois bem! Comecei a ler o  Uma curva no tempo  depois de terminar um livro pelo qual fiquei enlouquecida, e isso não ajudou muito para que eu tivesse uma boa expectativa pelo “pobre coitado” do romance. Mas, de certa forma, isso foi bom, porque fiquei completamente encantada e ansiosa pelo futuro de Rachel, a personagem principal.    Vítima de um grave acidente durante a despedida de seus amigos de escola, Rachel é salva por seu melhor amigo, Jimmy, que vem a falecer. Depois do acidente, Rachel não consegue vaga em alguma faculdade e seu pai é diagnosticado com câncer. (Nesses capítulos, pensei: “Mais um Um amor para recordar !”, mas insisti com a leitura porque evito desistir de algum livro!)   O acidente não só transfigurou o rosto de Rachel, como também a deixou com fortes e recorrentes enxaquecas, sobre as quais não fa

A sociedade literária e a torta de casca de batata (Entre porcos e livros!)

  Eu jamais iria ridicularizar alguém que gostasse de ler. (Juliet para Amelia)   A sociedade literária e a torta de casca de batata é um desses livros do qual, não quero me separar. Quero andar com ele pra cima e pra baixo, não importando se ainda há páginas para serem lidas ou não.   As autoras Mary Ann Shaffer e Annie Barrows contam a história de Juliet Ashton, uma escritora inglesa que está em turnê de divulgação do seu último livro, logo após a Segunda Guerra Mundial, e que está em crise existencial (Dito assim parece clichê, mas é muito mais profundo do que consigo transcrever aqui no texto.).   O livro traz um compilado de cartas trocadas entre a escritora inglesa e alguns personagens da trama, principalmente Dawsey Adams, Sidney e Sophie. Dawsey é um fazendeiro na Ilha de Guernsey que, durante a ocupação alemã, adquiriu um livro que foi de Juliet e que na contracapa trazia o endereço antigo dela. Dawsey enviou uma carta pro tal endereço pedindo recomendação de alg

Proibido aos elefantes (Elefantinhos do mundo, uni-vos!)

Ensinar sobre inclusão às crianças não deve ser tarefa fácil mas, ainda mais difícil, penso eu, seja ensinar aos adultos já incutidos de preconceitos (e pré-conceitos) a lidar respeitosamente com o que é diferente pra eles. Para amenizar essas dificuldades, os livros (Sempre os livros!) são ferramentas incríveis e imprescindíveis!   Como já disse aqui outras vezes , gosto sempre de destacar a transparência e a coragem com que algumas editoras trabalham. Neste texto falarei de um livro infantil, publicado pela (super competente) Trioleca Casa Editorial .   O livro Proibido aos elefantes , assim como outras publicações da Trioleca , é uma ferramenta sensível, acolhedora e de fácil utilização para abordar temas como inclusão, amizade, medo, diferença, exclusão, solidariedade e solidão (Ficou uma listinha meio grande, mas é necessário. Eu não poderia deixar algum item desses de fora.).   Nessa história linda, escrita por Lisa Mantchev , o protagonista sente certa dificuldade em