Eu estava em um lugar seguro. Era quentinho e confortável? Não. Mas era seguro. E assim era suficiente pra mim. Era suficiente porque eu duvidava que um lugar pudesse ser quentinho e seguro. Repentinamente me atraíram para fora do buraco onde me enfiei, e eu simplesmente botei a cara no mundo… a cara… e o coração. Agora estou aqui, sendo jogada pra fora do lugar quentinho e seguro (ou pelo menos que eu pensava ser seguro), e tendo que voltar pro lugar de onde eu não deveria ter saído. E que, sabidamente, não é confortável. É como se, no caminho, algumas placas dissessem: “Eu te avisei pra não sair.”; “Viu como você é sozinha?”; “Por que você foi tão displicente?”. Meu coração busca, inutilmente, algum meio de dissipar um sentimento de inferioridade (que achei que tivesse sido apagado), pra acalmar minha baixa autoestima (que pensei estar melhor do que está), pra fazer com que eu me conforme com o que eu tinha, porque o que apareceu foi apenas o vislumbre de algo bom que, ag
Escrevi esse texto - A centopeia e seus livrinhos - no meu primeiro semestre na faculdade (2017), pra um trabalho de uma disciplina com a Profª Drª Daniervelin Pereira. Esse trabalho teve como ponto de partida o texto "A importância do ato de ler" ( A importância do ato de ler, Cortez, 2017, 51ª edição). No mesmo semestre, depois de entregarmos o trabalho - e ele ser avaliado -, Daniervelin propôs para a turma produzirmos um ebook reunindo todos os memoriais de leitura que escrevo (obviamente ela respeitou quem não quis publicar o texto que escreveu). No final daquele semestre, o Memorial de Leituras nasceu no formato ebook e, junto com ele, o primeiro livro que levou meu nome em uma página de créditos. Em 2020, o LABED (Laboratório de Edição - UFMG) publicou no formato de caderno, uma edição impressa, que está disponível para retirada gratuita, no laboratório, mesmo. Meu texto é autobiográfico - de acordo com o que minha memória me permitiu - e o título é baseado no liv